sexta-feira, 14 de maio de 2010



(et pour cause...)

terça-feira, 11 de maio de 2010



rio de sol
solar
lar do sol
sol e rio
sol de rio

sexta-feira, 16 de abril de 2010




das palavras iniciais
resta o devir
da fraga matinal
nesses anos dos tempos idos
revolvíamos a terra
os corpos
a rosa
imatura será o princípio do mundo
rasurada a morte
voz
visão da
vida
da noite
se verão as faces do amor
a chuva envolverá as pedras incipientes de Torga

domingo, 11 de abril de 2010

qualquer coisa fria


NOJO!
só me apetecia poder cuspir-te na cara.
warhol diria "diz-se sempre que o tempo muda as coisas, mas na verdade é você que as tem de mudar";
talvez tenhas mudado tarde de mais,
o mal já está feito


nunca voltes.
agora sou eu que te (im)peço.

sexta-feira, 9 de abril de 2010

cepticismo


adeus oh mar, adeus
voltarás? com tanto ódio duvido
mesmo assim, só peço que voltes
para que tudo seja como dantes

operem-me à consciência

sinto-me prolixa,
sinto-me estólida e inútil.

segunda-feira, 8 de março de 2010


eugénio
na noite te devoro Lorca de sangue
de Granada
se vires o futuro isto é a mãe da campina
rasurás a tua mão
senti-a na madrugada
de Setenta na falda de Torga
o poeta fazia amor no feno
Gabriela amava Espichel
eu seria o sol do Futuro
se o Futuro acontecesse

se
raras as noites presentes
admiras o irreal
os frutos da tua foz
e aí vemos que o pijama não é deles
vou sempre pensei vou
vou irei
fui

a invisibilidade de deus
raras as noites de delfos
se entrasses no campo de alpedrinha
a mãe suada ser-te-ia presente
fecunda
quase o oásis do olhar
eugénio comia as laranjas enquanto pensava nos campos de alpedrinha
os pijamas também morrem com o poeta

o som do último sol de uma praia selvagem
sabemos que a praia é o corpo
raramente navegámos águas assim
move-se a vida
o corpo solar

a passagem para o sonho
caeiro guardaria rebanhos
o corpo fenece no veludo azul
na noite te devoro
Lorca de sangue
de Granada
se vires o futuro isto é a mãe da campina
rasurás a tua mão
senti-a na madrugada
de Setenta na falda de Torga
o poeta fazia amor no feno
Gabriela amava Espichel
seria o sol do Futuro
se o Futuro acontecesse

poema último


na noite de sophia
rumorejo o silêncio de eugénio
a felicidade do sol da alma
na maresia de odeceixe

do azul da perda
das viagens esquecidas
seria a noite fluida

o rio passará por aqui.
será breve, rasurado, quotidiano.
amoroso, diria eugénio.
voar será o seu destino.

agosto.
silêncio.
quase um voo emergente na pedra secular - amassada de húmus...

sexta-feira, 5 de março de 2010


prenhes de solidão as árvores resistem
à voraz diferença do recorte translúcido
eugénio escreveria coisas emergentes
tais como energia plano rasura
dos dias eternos no regaço de sua mãe